terça-feira, 2 de julho de 2013

Carta Aberta aos Manifestantes em Nova Petrópolis


Prezado Manifestante em Nova Petrópolis,

Como um preocupado cidadão do mundo e um observador da sua passeata no sábado, 29 junho, tenho alguns comentários para passar para você:

1.     Você está de parabéns por assumir o papel de ativista e colocar-se no meio de um esforço para sensibilizar os cidadãos desta bela cidade.

2.     Fiquei muito impressionado com o grande número de jovens que se uniram na marcha e que ainda teve papéis de liderança. É um sinal muito bom que os jovens do Brasil estão buscando uma mudança política, assim como a juventude em outros países, especialmente os Estados Unidos.

3.       Pelo que entendi, o destino final da passeata foi o edifício em que está localizada a Prefeitura. Eu estava lá quando a multidão chegou. Eu estimei o número de participantes foram cerca de 350. Nada mal para uma primeira tentativa.

4.       Nova Petrópolis tem uma população de aproximadamente 19.500 pessoas. Se houve 350 participantes na marcha, mais que 19.000 pessoas ficaram em casa ou foram para outro lugar. Por quê?  Não estávam interessados? Estavam com medo de uma possível violência? Você e os seus associados precisam descobrir.

5.       Vocês chegaram à Prefeitura e alguns subiram os degraus para fazer discurso à multidão. Onde estava o Prefeito? Onde estava o Vice-Prefeito? Onde estavam os secretários de Saúde, Educação, Segurança Pública (três de suas principais questões). Onde estavam os funcionários da Prefeitura? A porta da frente da Prefeitura pareceu ser trancada. Eles estavam todos atrás da porta, escutando vocês? Ou eles estavam todos no meio da multidão emprestando suas vozes para os aplausos?

6.       Onde estavam os Vereadores? Talvez estavam reunidos em segredo para elaborar uma proposta para reduzir o número deles de onze a cinco, como um dos seus falantes solicitou. Você acha isso?

Bem, foi um bom evento. Você tinha uma escolta policial, para toda a duração da marcha e ambulâncias foram situados por no caso de alguém se machucar. Mas eles não eram necessários; não houve violência, nem mesmo raiva. Tudo estava tranquilo e razoavelmente bem organizado. Algumas das placas de protesto foram feito profissionalmente. Os pontos feitos pelas placas e os falantes eram semelhantes às queixas feitas em outros lugares no Brasil.
Assim, o que acontece a seguir? Obviamente, com a ausência de 98% da população de Nova Petrópolis e os políticos que não estavam ali para ouvir suas queixas, há muito mais trabalho para vocês fazer. Vocês váo voltar a dormir, e deixar a situação atual continuar? Ou foi um primeiro passo sério?

Sugiro que um dos seus próximos passos deve ser a busca pela causa da atual situação política. A maioria das queixas ouvidas ontem foram os sintomas da situação, não a causa. Pensem  nisso  - se vocês estivessem  doente, você pode ir ver um médico para descobrir o que está errado e como curá-la. Se ele diz-lhe para tomar uma aspirina e chamá-lo amanhã, você sabe que ele está apenas tratando os sintomas, para ajudá-lo a se sentir melhor. No tempo, a doença vai voltar. È assim com o governo e a política. Se você lidar apenas com os sintomas do problema, o problema não vai desaparecer. Você deve buscar e descobrir a causa e eliminar isso.
Devo avisá-lo que se você decidir buscar a causa, e você olhar profundamente, pode ser que você descobrirá que a causa real da situação atual é você (e a maioria do resto de seus concidadãos).

Algumas das placas realizadas pelos manifestantes afirmaram que "Estamos mudando o País". Posso assegurar você que 350 manifestantes em Nova Petrópolis não vai mudar o País.
  • Se você quiser mudar o País, primeiro você deve mudar o Estado.
  • Se você quiser mudar o Estado, primeiro você deve alterar o Município.
  • Se você quiser mudar o Município, primeiro você deve alterar o Bairro.
  • Se você quiser alterar o Bairro, primeiro você precisa mudar si mesmo. Isso você pode fazer.
Desejo-lhe muito sucesso. Vai com Deus.

GremistaBob

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Liberdade Não É Produto de Constituições


Liberdade, como as pessoas desfrutavam nos países democráticos da civilização ocidental nos anos do triunfo do antigo liberalismo, não era um produto de constituições, declarações de direitos, leis e estatutos. Esses documentos destinaram apenas a salvaguardar a liberdade e o arbítrio livre, firmemente estabelecida pelo funcionamento da economia de mercado, contra invasões por parte dos políticos. Nenhum governo e nenhuma lei civil podem garantir e criar liberdade, exceto em apoiar e defender as instituições fundamentais da economia de mercado. Governo sempre significa coerção e compulsão e é, por necessidade, o oposto da liberdade. Governo é um garante da liberdade e é compatível com a liberdade somente se o seu alcance é restrito adequadamente para a preservação da liberdade econômica. Onde não há economia de mercado, as disposições mais bem-intencionadas das constituições e das leis permanecem inúteis.
Ludwig von Mises – Human Action (1945)

O Dr. Ludwig von Mises foi um dos economistas e filósofos mais importantes do século vinte.  Aprende sobre ele e os ensinos dele no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.  

domingo, 7 de abril de 2013

Porque Os Políticos São Isentos


No fim do posto antecedente, eu perguntei: “Como é que as normas aprovadas pelo governo contra roubo, fraude, e falsificação são aplicáveis a nos, mas não se aplicam a eles (os políticos)?” Uma resposta parcial a essa pergunta foi providenciada sucintamente e racionalmente por Dr. Hans-Hermann Hoppe:

O tradicional, pré-moderno estado-forma é a de uma monarquia (absoluto). O movimento democrático foi dirigido contra os reis e as classes de nobres hereditários. Monarquia foi criticada como sendo incompatível com o princípio básico da "igualdade perante a lei." Ela baseia-se no privilégio e foi injusto e explorador. Democracia deveria ser a saída. Em abrir a participação e a entrada em estado-governo para todos em igualdade de condições, assim os defensores da democracia alegaram, igualdade perante a lei se tornaria realidade e a verdadeira liberdade reinaria. Mas tudo isso é um erro grande.

Na verdade, na democracia todos podem se tornar rei, por assim dizer, não apenas um círculo privilegiado de pessoas. Assim, em uma democracia os privilégios pessoais não existem. No entanto, privilégios funcionais e funções privilegiadas existem. Os funcionários públicos, se eles agem em uma capacidade oficial, são disciplinados e protegidos por "direito público" e, assim, ocupar uma posição privilegiada vis-à-vis as pessoas agindo sob a autoridade de mero “direito privado”. Em particular, os funcionários públicos estão autorizados a financiar ou subsidiar suas próprias atividades por meio de impostos. Ou seja, eles estão autorizados a participar, e vivem por meio de, o que nas relações privadas entre sujeitos de direito privado é proibido e considerado "roubo" e "despojo roubado." Assim, o privilégio e a discriminação legal – e a distinção entre governantes e súditos - não vai desaparecer sob a democracia.
Este comentário foi cotado de uma entrevista com Dr. Hoppe que apareceu em The Daily Bell em 27 de março, 2011.  Dr. Hoppe é o principal proponente no mundo do conceito da Sociedade de Direito Privado. Ele é aposentado como professor de economia do Universidade de Nevada, Las Vegas, é fundador e presidente do Property and Freedom Society, e atualmente mora em Istambul, Turquia.

GremistaBob

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Governo Não Tem Dinheiro


O governo não tem dinheiro.
"O que?", você diz. "Como ele faz todas essas coisas ‘maravilhosas’? Como é que paga as contas dele?"

O que eu quis dizer é que o governo não tem dinheiro próprio. Cada centavo que o governo gasta é realmente o SEU dinheiro e MEU dinheiro, o dinheiro que o governo obteve de nós.
Um dos jeitos que o governo obtém dinheiro de nós, é claro, é por meio de impostos. Nós sabemos tudos sobre impostos, né. O governo – qualquer governo – diz, na realidade: "Precisamos dinheiro, por isso dê-nos o seu". Se você se recusar, junto vem a polícia e o leva para a cadeia. Você diz: "Eles realmente não fazem isso. Eu pago meus impostos quando eles me dizem para pagar”. Sim, mas a ameaça de violência tem o mesmo efeito que a violência em si. Assim, não recusamos pagar ao fim de permanecer fora da prisão e ir para a praia.

Se eu venha para você e fale: "Eu preciso de dinheiro, então me dê o seu", e ameaça com violência se você não dê, isso seria roubo. Se eu esteja pego pela polícia fazendo isso, eu seria chamado de criminoso e enviado para a prisão. È verdade?
Outro jeito que o governo – qualquer governo – leva o nosso dinheiro é emprestar dinheiro em nossos nomes. Eles têm muitas maneiras de fazer isso, uma das quais é a de venda de títulos ou obrigações, para pessoas ricas no país ou em outros países. Eles não nos dizem em voz alta que eles estão fazendo isso, mas estão obrigando-nos a pagar os juros e o principal sobre os empréstimos, ou obrigações. Para fazer isso, eles tomam mais dinheiro de impostos.

Se eu fizesse isso, ou seja, se eu emprestasse dinheiro para comprar um carro e obrigasse você, sem o seu conhecimento ou permissão, para pagar os juros e o principal do empréstimo, isso seria chamado de fraude. Se eu fosse pego, eu seria chamado de criminoso e enviado para a prisão. É verdade?
Um terceiro jeito que o governo – qualquer governo – toma o nosso dinheiro é mais sutil. Eles imprimem dinheiro a partir do nada substantivo. Eles só prosseguem imprimi-lo. O novo dinheiro, impresso pelo banco central, é, então, depositado em bancos grandes do país. Os grandes banqueiros, ficando com o novo dinheiro em primeiro lugar, podem emprestá-lo a seus amigos que podem, então, comprar coisas aos preços baixos de hoje. Mas pelo tempo que o dinheiro ficar circulado seu valor caiu com o resultado que os preços de bens aumentaram mais altos, chamado inflação. Assim, seus amigos têm a vantagem do dinheiro novo e os preços baixos enquanto o resto de nós, então, tem que pagar preços mais elevados.

Se eu fizesse isso, ou seja, se eu imprimisse dinheiro, o dinheiro não apoiado por nada substantivo, isso seria chamado de falsificação, uma operação ilegal. Se eu estivesse pego, eu seria chamado de criminoso e enviado para a prisão. É verdade?
Então, minha pergunta é esta: Como é que as normas aprovadas pelo governo contra roubo, fraude, e falsificação são aplicáveis a nós, mas não se aplicam a eles? Pense nisso.

GramistaBob