Qual é o uso das
várias placas de PARE aos cruzamentos em Nova Petrópolis? Elas são ignoradas por quase todos os
motoristas, incluindo motoristas de ônibus e caminhões. Elas são ignoradas, mesmo que os policiais possam estar em pé na esquina observando
o movimento do trânsito no cruzamento. Normalmente, os
veículos nem reduzem a velocidade.
Presumivelmente, os sinais estão lá por motivos de
segurança, ou seja, para reduzir os acidentes veiculares. Mas se eles são
ignorados, se os veículos continuam através das interseções como se os sinais não estivessem mesmo lá, e ainda assim
muito poucos acidentes ocorrem em cruzamentos, claramente os sinais não têm
efeito sobre a segurança. Ou seja, eles não são necessários.
Se eles são colocados lá para decoração, bem, eles não são
muito atraentes. Eu não posso imaginar qualquer motorista dizendo ao seu
passageiro, "Ó, olhe lá, veja aquele lindo sinal vermelho octogonal”!
Assim, se não tenham efeito na segurança de trânsito, e não sejam
muito atraentes como enfeite,
eu sugiro que eles sejam removidos, completamente.
Há um benefício para fazer isso. De um artigo no jornal
alemão Der Spiegel, em 2006, há pelo menos sete cidades da Europa que estão
eliminando todos os sinais de controle de trânsito. (Sete anos depois talvez tenham ainda mais
cidades que fizeram isso). Planejadores de trânsito europeus estão sonhando com
ruas livres de regras e diretivas. Eles querem que motoristas e pedestres se interajam de uma forma livre
e humana, como irmãos - por meio de gestos amigáveis, acenos de cabeça e
contato com os olhos, sem proibições, restrições e sinais de alerta.
A utopia já se tornou uma realidade em Makkinga, na
província holandesa de Frísia Ocidental. Uma placa na entrada para a pequena
cidade lê "Verkeersbordvrij" - "livre das placas de
trânsito." Carros vão sem pressa sobre pedras de granito cortado com
precisão. Placas de PARE e sinais de sentido estão longe de serem vistos. Não há nem parquímetros nem restrições de parada. Não há mesmo quaisquer
linhas pintadas nas ruas.
"As muitas regras nos tiram da coisa mais importante: a
capacidade de sermos
atenciosos. Estamos perdendo nossa capacidade de
comportamento socialmente responsável", diz o guru de trânsito holandês
Hans Monderman, um dos co-fundadores do projeto. "Quanto maior o número de
prescrições, quanto mais o senso de responsabilidade pessoal das pessoas
diminui."
Por mais estranho que possa parecer, o número de acidentes
reduziu drasticamente. Funcionários da Argentina, Estados Unidos e até mesmo
Londres demonstraram interesse no projeto.
Nova Petrópolis anuncia-se como a "Capital de
Cooperativismo". Qual a melhor demonstração do cooperativismo do que todos
os motoristas que passam pelas ruas da cidade prestando atenção e cortesia para
si e para os pedestres – sem nenhuma placa diretiva?
De GremistaBob
Nova Petrópolis
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